Para todos os pequenos-grandes heróis que conheci ao longo da minha vida, para aqueles que reencontro ou não, para aqueles que agora estou a conhecer e que todos os dias tentam ir um pouquinho mais longe, sem desistir, sem parar quando os obstáculos surgem e que vencem as lutas diárias e ainda têm o coração grande para nos acarinhar quando nos encontram e percebem que não estamos bem!
Para a minha Formiguinha, para a minha Pulguinha, para a minha Bruninha, para o meu Ricardo, para tantos e tantos meninos que conseguem sorrir, apesar de tudo...e que hoje reencontrei na figura do «meu» Yasha, menino-homem tão longe de casa, tão longe de todos e que me abraçou muitas vezes, espontaneamente e também a meu pedido, do alto do seu metro e oitenta (será??) e me disse ainda com um bocadinho de sotaque «graças a Deus que não é cancro que tem»... ele que ficou só porque o cancro lhe levou a sua última âncora, num país que não era o dele!!!
Para todos aqueles que «voam até onde a alma os leva»...
OS HERÓIS NESSE INSTANTE
Os heróis não têm pequenos negócios,
nem expedientes obscuros que os sustentem.
Nascem e vivem para o êxtase da glória
sem saberem que é dessa matéria que são feitos.
Têm vidas iguais a todas as outras vidas:
sem história, sem fulgor, sem rasgo.
Poderíamos contá-las com uma frase apenas,
do género: nasceu aqui, teve esta profissão,
dois filhos do sexo masculino, depois
morreu na idade em que já nada
pode tornar a morte inesperada ou insultuosa.
Um dia, a centelha derrama-se,
num espasmo de luz, sobre as suas cabeças,
como um relâmpago ou uma inspiração divina.
despem a roupa decente da banalidade
e agigantam-se até à loucura total,
até à infinita dádiva, até à loucura.
Para trás deixam trincheiras ensanguentadas,
corpos mutilados, gente abismada
pela evidência brutal de tamanha coragem.
Tudo deixa de contar para eles: a vida,
a família, o emprego, os bens terrenos.
Têm asas de anjos sob os casacos cinzentos
e voam até onde a alma os leva.
Os heróis triunfam e morrem nesse instante.
José Jorge Letria, O Livro Branco da Melancolia
Nós, que ouvimos também com os olhos!
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