Terça-feira, 30 de Setembro de 2008

Destino, acaso e vontade!

Espero não ser acusada de plágio, mas é que a Mafalda Ribeiro tem mesmo o condão de dizer o que sente de uma maneira que me toca. Por isso, mais um bocadinho... o pensamento do dia, por assim dizer:

 

«Nem tudo depende de nós, do nosso controle, mas o que nós fazemos com o que nos é dado, com as ferramentes de que dispomos, é responsabilidade nossa e não obrigatoriamente do destino. Somos um instrumento em uso permanente; se nos usamos para construir ou destruir, isso é cá connosco.»

 

 

 

 

Rabiscado por... misal às 00:03
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Domingo, 28 de Setembro de 2008

Hoje, domingo!

1- Mr. Blue Eyes...

 Até sempre, Paul Newman, Mr. Blue Eyes!...

 

 

 Broke Is My Heart, cantada por Michelle Barone

 

2-Dia Mundial dos Surdos

 

Comemora-se sempre no último domingo de Setembro o Dia Mundial dos Surdos. Surda recente , só hoje dei por isso, mas como mais vale tarde que nunca, aqui fica o programa das comemorações em Lisboa:

 

Dia Mundial do Surdo - espectáculo de gala

 

Local: Centro de Congressos de Lisboa (antiga FIL), Pr. Indústrias, em Lisboa
Data: 28 de Setembro de 2008

 

Programa:

12h00: Abertura com RitmoS

12h20: Lançamento do livro sobre a APS

13h00: Almoço buffet com PalhaSurdos

14H00: Mágico Tótó

14h30: Paula Teixeira

15h00: Projecção do filme documentário sobre a APS

16h00: Anedotas em LGP

16h30: Mensagem institucional:
            MTSS, INR, IEFP, ME

17h00: Teatro em LGP

17h30: Mensagem da Direcção

18h00: Poesia em LGP

18h20: Entrega de Prémios

19h00: Encerramento

 

 

 

 

 

 

Contacto:
Associação Portuguesa de Surdos
Sede Central
Avenida da Liberdade, 157-2º
1250-141 Lisboa
Telefone: 213557244
Fax: 213153244
e-mail: apsurdoscen@mail.telepac.pt
Sítio web: http://www.apsurdos.pt/ 

 

Rabiscado por... misal às 17:21
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Sábado, 27 de Setembro de 2008

Porque só o amor nos resgata do acaso...

Entre o genético e o crónico está o imprevisível... E com ele a nossa capacidade de lidar com o "efeito-surpresa". Refeitos do choque inicial, há que buscar a força sobre-humana de tirar o melhor partido da tal turbulência que muitos dizem ser a chamada de atenção da vida para aquilo que é realmente importante nela. (...)

«Em caso de "acidente" por favor contacte o Amor». Assim devia estar escrito em todas as carteiras dos seres humanos.  (...)

"Partilhoterapia" há-de ser aqui e em toda a parte o melhor remédio para aquilo que não podemos controlar.

 

 Mafalda Ribeiro, mafaldisses

 

 

Queen, Love of my Life, Wembley, 1986

Rabiscado por... misal às 21:07
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Terça-feira, 23 de Setembro de 2008

Momentos...

HOUVE UM TEMPO

 

Houve uma vez

um momento

um dia em que fui feliz

e não estava lá.

 

Havia cores

borboletas

arco-íris.

 

Havia metáforas concretas

mãos despidas

de outra literatura que não fosse pão

cebola

sorriso de menino

ou barco a subir no ar.

 

Houve uma vez

um momento

um dia em que fui feliz

e não estava lá.

 

Caminhei exaustivamente

por dentro do coração.

Na margem que acolheu a minha idade em fogo

fui beber as doces águas

de todo o peregrino.

 

Mas nunca estive ali

no epicentro

da perfeita perfeição

de algumas flores.

 

Caminhei em busca

do misterioso sentido das noites de Natal

do cheiro a cera dos soalhos de infância

do amor tal qual se diz.

 

Quando lá cheguei

foi a outro lugar que cheguei.

 

Não sei se bom ou mau

mas outro.

 

Foi sempre a outro lugar que cheguei

de cada vez que fui feliz.

 

José Fanha, Tempo Azul

 

 

Pedro Abrunhosa, Momento

Rabiscado por... misal às 19:39
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Domingo, 21 de Setembro de 2008

Foi hoje!

Foi hoje que o «caldo entornou»!

 

Cada vez que leio comentários de pseudo-intelectuais sobre o estado do Ensino em Portugal que denotam uma ignorância pura daquilo sobre que opinam, apetece-me (e eu pecadora me confesso, quantas vezes o faço!) mandar para um sítio muito feio os ditos senhores.

Quando as afirmações falhas de conhecimento provêm de pessoas com muita responsabilidade na matéria, mas que padecem de uma enfermidade às tantas não tão rara assim que os impede de ver o que não querem, pior fico.

Quando a tudo isso se junta a minha impotência perante uma previsível futura aposentação do ensino, e me recordo de tantos e tantos professores que gostam verdadeiramente de dar aulas e que, tal como eu, por razões de saúde e por imposição da lei se vêem obrigados a renunciar ao seu trabalho...então, já não aguento mais!

 

Como se entende um país e governantes que desaproveitam mão-de-obra qualificada, com experiência comprovada e gosto pelo que fazem, só porque não podem ficar na escola sem terem uma turma? Não haverá outras funções que possam desempenhar? Não é preciso apoio a grupos pequenos de alunos ou para os alunos com necessidades ditas especiais - ou até para aqueles que não as tendo de nome não desdenhariam um acompanhamento individualizado na realização de trabalhos e no estudo? Não são necessárias actividades extra-curriculares, apoio a colegas que iniciam a profissão? Clubes, tutores...nada disso é útil? Claro que se consultarmos os documentos que emanam do Ministério da Educação e do Governo, tudo existe... e tudo isto não é fado, mas uma história muito mal contada e em que só mesmo os tais intelectuais acreditam!

 

A comprová-lo, o ar amarelinho dos colegas que ainda só há uma semana começaram as aulas e que já iriam de bom grado de férias, não porque não querem fazer nada, como pretendem muitos dos referidos intelectuais, mas porque não têm parado desde 1 de Setembro em reuniões de tudo e mais alguma coisa, de manhã à noite discutindo o sexo dos anjos, chegando a casa e tentando acabar as planificações e os critérios de sucesso...e os relatórios disto e daquilo...chegando ao cúmulo de quase não conseguirem ter tempo para preparar as aulas que dão, frustrados porque fazem tudo menos preparar e dar aulas!

 

E para quê? Para no final do ano baixar o número de retenções, claro... porque há que apresentar estatísticas dignas de um país desenvolvido, dos tais onde os alunos não precisam de recorrer às explicações, aos benditos intelectuais e comentadores militantes que facilmente comem o que lhes querem dar a comer!

Quanto a mim, se realmente não puder continuar a dar aulas, lamento, mas já que o Estado não me quer, com 23 anos de serviço e «amor à arte»... lá irei dar umas explicações que me ajudem a sobreviver,  pois que a reforma com penalização de 4,5% por ano antecipado à idade necessária não deve chegar para isso!

Tou...:
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Rabiscado por... misal às 19:58
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Sexta-feira, 19 de Setembro de 2008

Ver os outros...

 

 

 


Susana Félix - O mesmo olhar, canção da Associação Rarissimas. www.rarissimas.pt


 

Rabiscado por... misal às 22:27
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Domingo, 14 de Setembro de 2008

«Fazedores», «comedores» e...«idiotas»!

Admito que posso não ter muita sorte nos contactos sociais que travo, mas ao fim de tantos anos de existência, já me parece coincidência a mais só conseguir conhecer três tipos de pessoas no que toca a tomar iniciativas: aqueles a quem chamo «os fazedores», «os comedores» e «os idiotas»!

Os primeiros, como é óbvio, são os empreendedores, aqueles que vencendo medos e limitações de diversa espécie avançam, tentando superar os obstáculos com que se vão deparando estrada fora. Se não conseguem atingir os seus objectivos à primeira, tentam segunda e terceira vez e aquelas que necessário for, ou optam por outro caminho que surta melhor efeito.

Os «comedores» são os parasitas típicos, com capacidades semelhantes aos anteriores mas medos maiores ou, o que me parece mais plausível, com menos vontade de se expor aos escolhos da vida e aos olhares dos outros, receando enfrentar seres porventura mais poderosos e criar anti-corpos que lhes possam ser fatais na ascensão rápida que procuram, seja ela a nível profissional, pessoal, social... Pois se existem seres que vão em frente, por que razão não colher os frutos daquilo que os «fazedores» produzem, com um mínimo de esforço e sem correr riscos nenhuns?

Finalmente, «os idiotas», em quase tudo semelhantes aos «comedores», excepto num ponto: têm sempre opinião sobre tudo, sabem sempre a melhor maneira de solucionar os dilemas, de resolver as situações, apresentam ideias atrás de ideias…embora nunca concretizem as maravilhosas soluções que imaginaram! Porquê? Se existem seres com tanta vontade de fazer algo, que marcam posições, que agem, por que razão impedi-los? Não é que as ideias dos «fazedores» sejam melhores, aliás, segundo os «idiotas» a maior parte das vezes aquilo que é feito foi o que já tinham pensado ou sugerido, mas… não houve tempo, alguém foi adiante, na altura estavam ocupados… Não se julgue porém, não serem lestos a usufruírem, tal como «os comedores», dos benefícios que outros obtiveram à custa de esforço e persistência.

Se os resultados atingidos pelos «fazedores» são convenientes, perfeito, ainda que os representantes das duas outras espécies raramente lhes louvem o mérito. Se, por acaso, algo de menos proveitoso sucede, pois ainda bem que não fizeram nada... não têm culpa! Uns, coitados, nem se aperceberam de nada; os outros, até tinham sugerido algo de diferente, mas ninguém os escutou nem os deixaram avançar em primeiro lugar...

E oportunistas e fantasiosos lá vão seguindo, na sombra e com cuidado não vá alguém vê-los e supô-los capazes de algo incorrecto ou merecedor de crítica, aqueles que fazem das tripas coração para tentar vencer as agruras da vida e que apenas dependem de si próprios e da sua ousadia para vencer as hesitações e as fraquezas que, tal como os outros, também possuem.

Tou...: farta dos «chicos-espertos»
Rabiscado por... misal às 22:21
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Terça-feira, 9 de Setembro de 2008

«Porque a deficiência não é nenhuma doença contagiosa, mas o amor é»

Não me perguntem a relação desta frase de Mafalda Ribeiro (in mafaldisses) que serve de título a este post com o conteúdo do mesmo, porque ainda não sei!

Sei apenas que é uma das muitas frases deste livro que sublinhei, porque gostei delas, umas porque me tocaram particularmente, pela sua beleza, outras pelo despertar das emoções ou do arrepio da pele ao lê-las. Algumas têm a ver com a minha vida pessoal enquanto deficiente auditiva, outras cativaram-me porque me indicam caminhos seguidos por alguém que faz da sua doença uma característica que lhe é inerente e que lhe possibilitou voos e ousadias impensáveis numa pessoa dita normal, alguém que não tem medo de se mostrar como é, de assumir as suas limitações mas também o seu desejo de esticar os limites para além do aparentemente possível, alguém que sabe ser feliz com aquilo que a vida lhe deu e ser ela própria, sem complexos, sem culpas, sem frustrações e com alegria e crença na felicidade...

 

Não é fácil a descoberta e aceitação das nossas diferenças em relação aos outros, mas sobretudo perante nós mesmos; não é fácil ser-se diferente da maior parte dos que nos rodeiam e tentar encontrar o nosso lugar no mundo; não é fácil recomeçar não do zero mas de um ponto doloroso que apagou uma parte da nossa vida e nos obrigou a reconstruirmo-nos por dentro, por fora, na vida pessoal, na parte profissional, no olhar que os outros tinham sobre nós, a imagem que passávamos de nós e aquela que víamos dentro de nós; não é fácil reconhecer os «nunca mais...» que nos tolhem a imaginação e a esperança; não é fácil libertarmo-nos dos preconceitos que nós próprios criámos sobre as limitações que passam também a ser nossas; não é fácil a descoberta de que tal como alguns outros, também nós já não pertencemos a determinado mundo, ou estamos num lugar de transição entre mundos...ou ainda não sabemos aonde estamos, a que realidade criamos amarras; não é fácil o recomeçar da construção de rotinas de x em x meses, sem saber o que nos espera ali mesmo ao virar da esquina, agora que aquela segurança que sentíamos no repetir de rituais e acções desapareceu; não é fácil perceber o que ficou de nós depois do terramoto que nos mudou para sempre e que arrancou uma parte de nós; não é fácil subir ao trapézio sem saber o que acontecerá se as nossas forças não chegarem; não é fácil ser portador de uma deficiência e de uma doença crónica e ter olhares sobre nós, pesquisando sinais de mudança no ser que conheciam, para posteriores exclamações de dó, ou pena... ou descrença quanto às ditas doença e deficiência, «pois se até tens boa cara e falas e ages praticamente como dantes...»; não é fácil não querer ser coitadinha e lutar por avançar... e depois não conseguir que aceitem que também temos fraquezas e momentos de desânimo; não é fácil a vida e não há mesmo manual algum de instruções que nos diga o que fazer e o que pensar a cada sobressalto maior ou menor no quotidiano...

 

«Et pourtant»...como cantaria o Léo Ferré... temos mesmo de avançar, por nós, por aqueles que nos amam, porque a vida não nos cai no colo assim de repente, porque ficar sentados a chorar não é solução... e porque não sabemos fazer de outra forma! ...mas deixem-me hoje queixar do cansaço, dos momentos de angústia...porque eu não sou só sol, não sou só força, não sou só luta, sou também aquele ser pequenino que se esconde cheio de medo atrás da imagem que criou para si e para os outros, a quem a vida também dói, um pedacinho de vidro (esta paga direitos de autor à E.!), colorido mas de vidro, que também sofre como os outros, que também cai como os outros, que também precisa da força dos outros... Ainda que este pedacinho de vidro ambicione ser cristal, ainda que este pedaço de mim queira ir mais longe e contrariar os seus momentos de desânimo, ainda que tenha dificuldade em reconhecê-los como seus e aceitá-los como normais, em alguém que é só vidro... como os outros todos, deficientes ou não, doentes ou não!

 

E este pedacinho de mim anseia por que o amor seja mesmo contagioso, como afirma a Mafalda Ribeiro, e me ajude a ir mais longe, a ser mais verdadeira comigo e a recuperar aquele sol que até tem estado comigo tantos e tantos meses! "Porque eu continuo a acreditar que as pessoas não se cruzam na vida umas das outras por acaso.", diz a Mafalda; sim, e porque eu quero acreditar que há coisas que não acontecem por acaso ou, se assim é, que nós temos de lhes atribuir um sentido, servirmo-nos delas para tentar ir mais longe, partir daquilo que nos roubou a vida que tínhamos e criar algo com sentido para nós e que nos faça transcender a sensação de perda, sublimando-a em novas conquistas para nós e já agora para os outros...porque o amor deve ser mesmo contagioso!

Tou...:
Rabiscado por... misal às 16:41
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Quarta-feira, 3 de Setembro de 2008

Faces do Eu...

XXIX

 

Nem sempre sou igual no que digo e escrevo.

Mudo, mas não mudo muito.

A cor das flores não é a mesma ao sol

Do que quando uma nuvem passa

Ou quando entra a noite

E as flores são a cor da lembrança.

 

Mas quem olha bem vê que são as mesmas flores.

Por isso quando pareço não concordar comigo,

Reparem bem para mim:

Se estava virado para a direita,

Voltei-me agora para a esquerda,

Mas sou sempre eu, assente sobre os mesmos pés -

O mesmo sempre, graças a haver terra

E aos meus olhos e ouvidos atentos

E à minha clara contiguidade de alma...

 

Alberto Caeiro, O Guardador de Rebanhos

 

... ou de como um só eu pode conter em si mesmo múltiplos "eus"... pelo especialista na questão, Fernando Pessoa!

 

 

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Rabiscado por... misal às 00:34
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Nada sobre mim

Procurar agulha em palheiro...

 

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